quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Nasceram os primeiros robôs vivos. São filhos de células animais

Sam Kriegman, UVM
Um dos organismos fabricados pelos cientistas dos Estados Unidos

Uma equipa de cientistas norte-americanos criou “máquinas vivas” com um milímetro de diâmetro a partir de células de rã, defendendo que estas podem vir a ser utilizadas para administrar medicamentos dentro do corpo de doentes.

“São máquinas vivas”, afirmou o investigador e especialista em robótica Joshua Bongard, da Universidade de Vermont (UVM). “Não são um robô tradicional nem uma espécie animal conhecida, mas um novo tipo de artefacto: um organismo vivo programável”.

Outro dos investigadores do projeto, Michael Levin, apontou utilizações possíveis para os “xenobôs”, como “detetar compostos nocivos ou contaminação radioativa, recolher microplástico nos oceanos ou viajar nas artérias para remover obstruções”.

“É um passo no sentido da utilização de organismos projetados através de um computador para a entrega inteligente de medicamentos”, completou Bongard.

As máquinas biológicas foram criadas com a ajuda de um complexo de supercomputadores no centro de computação avançada de Vermont, que analisou vários tipos de células e acabou por chegar à forma mais promissora de as agregar.

Uma outra parte da equipa pegou nos desenhos criados pelo computador para os traduzir numa forma viva, recolhendo células estaminais de embriões de rãs africanas da espécie Xenopus laevis, designação que inspirou o nome “xenobôs”.

Essas células foram depois agregadas, com recurso a microscópios, em formas que não ocorrem naturalmente e começaram a trabalhar juntas.
Os organismos reconfiguráveis que as células formaram, que têm também a capacidade de se reconstituírem se forem cortados, podem mover-se coerentemente e explorar um meio aquático durante dias ou semanas ou mover pequenos grãos para um local, espontânea e coletivamente.

“É um passo no sentido de usar organismos desenhados por computador para administrar medicamentos de forma inteligente”, afirmou Bongard.

Os resultados da investigação, que contou com financiamento da Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA), foram publicados no passado dia 13 na revista científica especializada PNAS.

Fonte: ZAP

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