sábado, 1 de fevereiro de 2020

Se tem Windows 7, não use banco online ou e-mail, avisa Centro Nacional de Cibersegurança


As atualizações do Windows 7 terminaram a 14 de janeiro. Microsoft Portugal não revela números, mas estimativas de entidades externas revelam que, entre um quinto e um quarto dos computadores ainda usam o sistema operativo descontinuado

Se tem um computador ou um tablet com Windows, evite usá-lo no acesso às contas bancárias ou de correio eletrónico. O aviso é dado pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e tem como destinatários as entidades da Administração Pública, mas também pode ser encarado como uma boa prática para todos os utilizadores domésticos ou empresas privadas. Apesar de eventualmente ter números reveladores do potencial de ameaça, a Microsoft Portugal recusa indicar quantos computadores com Windows 7 estão atualmente em funcionamento no País.

Aos utilizadores que ainda têm terminais que correm Windows 7, o CNCS recomenda que procedam a uma atualização de sistema operativo ou, «caso ainda não tenha sido possível atualizar, recomenda-se a mudança de eventuais dados sensíveis que o posto de trabalho em causa possa conter. O objetivo é que essa informação seja passada para outro dispositivo que se encontre devidamente atualizado e suportado».

A esta primeira recomendação, o Centro que coordena a prevenção e a reação a ciberameaças em Portugal acrescenta mais duas boas práticas para quem não tem forma de migrar do Windows 7 para outro sistema operativo: «Recomenda-se também evitar o acesso a sistemas de homebanking ou a outro tipo de contas/sistemas online que possam conter informação sensível. No mesmo sentido, o acesso ao correio eletrónico deve passar a ser efetuado através de outros dispositivos».

O CNCS reitera que não é possível estabelecer uma relação direta entre o fim das atualizações de segurança que a Microsoft providenciava regularmente para o Windows 7 com um potencial crescendo de ameaças, códigos maliciosos ou ciberataques, mas também lembra cenários ocorridos no passado que recomendam algum espírito de prevenção.

«Situações semelhantes ocorridas anteriormente (por exemplo, com o fim do suporte aos sistemas Windows XP) permitem prever que possa ocorrer um acréscimo de potenciais sistemas operativos vulneráveis, caso estes não sejam atualizados», refere o CNCS em e-mail enviado para a Exame Informática.

Sobre o número de máquinas, o CNCS confirma que não dispõe de números sobre o total de computadores com Windows 7 a operar atualmente na Administração Pública ou em Portugal em geral – e mantém como única referência as estimativas obtidas através da navegação das diferentes máquinas na Internet. De acordo com o NetMarketShare há 26,64% de computadores no mundo que ainda correm com Windows 7. O que corresponde a mais de um quarto dos computadores usados no mundo. Os dados da Gemius Ranking já permitem uma previsão que leva a crer que 20,5% dos computadores usados em Portugal ainda usam o Windows 7.

A Microsoft acabou oficialmente com as atualizações segurança para o Windows 7 a 14 de janeiro. Ontem, surgiram as primeiras notícias de que a Microsoft foi obrigada a lançar uma atualização que não constava do plano original, devido a um bug relacionado com o ecrã de reiniciar, que foi detetada naquele que deveria ter sido o último update de segurança, lançado a 14 de janeiro.

HUGO SÉNECA

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