Em algumas regiões dos Estados Unidos, há uma espécie misteriosa de cigarra que vai ouvir-se este verão. Os entomologistas estão atentos
Nos campos, são uma parte insubstituível da banda sonora dos meses quentes do verão, com o seu coro um pouco estridente a emergir do solo - são as cigarras, claro. Mas este ano, em algumas regiões da costa leste dos Estados Unidos, esse coro será muito especial já que haverá um reforço de mais de um milhão de participantes que não se ouviam por ali há 17 anos.
Enquanto uma parte destes simpáticos insetos tem um ciclo de vida anual, regressando a cada nova época estival, há algumas espécies que permanecem no solo sob a forma de ninfas por períodos muito mais longos.
É o caso da chamada estirpe IX do género Magicicada, um tipo de cigarras que têm ciclos de vida mais prolongados, e que só ressurgem como insetos cantores a cada 13 a 17 anos.
Naquelas regiões dos Estados Unidos, que abrangem partes da Virgínia e da Carolina do Norte, este é o ano, depois de não terem cantado por ali desde 2003. Os entomologistas locais estão por isso numa grande expectativa, a aguardar esse momento, cujo início se espera para os primeiros dias de junho.
"As comunidades e quintas agrícolas terão grandes quantidades destas cigarras a emergir simultaneamente, com um aumento substancial do ruído que elas vão provocar", diz o entomologista Eric Day, do Virginia Tech, citado no site de notícias de ciência Science Alert.
Os especialistas esperam que o número dessas peculiares cigarras possa ascender a 1,5 milhões. E esta será também uma boa oportunidade para fazer mais estudos sobre a espécie.
Na prática, o ciclo de vida destas cigarras é um mistério. Os cientistas pensam que estes períodos tão prolongados de permanência no interior do solo, sob a forma de ninfa, poderá ser uma espécie de proteção contra os predadores, mas na verdade ninguém sabe exatamente.
O que se sabe, sim, é que este é o verão em que vai ouvir-se esta espécie em particular.
As cigarras ficarão ativas durante seis semanas, para se reproduzirem, regressando depois a um longo sono que há de durar outros 17 anos. A ouvir, é agora. A próxima oportunidade só acontecerá em 2037.
Fonte: DN
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