segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

"Navio fantasma" encontrado nos Açores há 149 anos


Faz hoje anos de que os Açores foram palco de um dos maiores mistérios da história, que ocorreu algumas milhas náuticas ao largo da ilha de Santa Maria. Alguns já devem conhecer a história, mas para os outros, fica aqui a efeméride. Boas leituras!

"Navio fantasma" encontrado nos Açores há 149 anos

Foi a 5 de Dezembro de 1872 que os Açores foram cenário do que permanece um dos maiores mistérios do mar, o bizarro caso do “Mary Celeste”, encontrado à deriva, sem sinal da tripulação, ao largo de Santa Maria.

A escuna de dois mastros deixou Nova Iorque a 5 de Novembro, com destino a Itália, transportando 1701 barris de álcool comercial. À tripulação de oito marinheiros juntavam-se a mulher e filha do Capitão Briggs.

O navio foi avistado pela última vez a 15 de Novembro pelo veleiro “Dei Gratia”, tendo a última entrada do diário de bordo registado uma posição perto da Baía de São Lourenço, Santa Maria.

Por coincidência, foi também o Dei Gratia que encontrou o Mary Celeste, a cerca de 370 milhas a Leste de Santa Maria. A sua tripulação suspeitou que algo de estranho se passava, pois as velas estavam rasgadas e navegava erraticamente.

Ao abordarem o navio deserto verificaram que embora tivesse alguma água no porão, não estava a afundar-se e tinha condições para navegar.

Uma reserva de mantimentos para seis meses e a valiosa carga estavam intactas, o que a par da ausência de sinais de violência, tornavam um ataque de pirataria ou motim improvável.

Seguiu-se um inquérito pelo almirantado Britânico, que inclusive deslocou alguns membros aos Açores, tendo inquirido a população se tinha visto alguém que se encaixasse na descrição dos marinheiros, mas sem sucesso.

A investigação deixou o destino dos tripulantes do navio em aberto, e desde aí que o nome Mary Celeste se tornou sinónimo de Navio-Fantasma.

Foram inúmeros os que tentaram explicar o mistério com teorias que iam desde monstros marinhos a raptos extra-terrestres, havendo uma abundante escolha de literatura no caso.

O caso inspirou ainda muitas histórias fantásticas: um dos primeiros contos de Sir Arthur Conan Doyle, criador do intemporal Sherlock Holmes, foi ”O testemunho de J. Habakuk Jephson´s”.

O texto era fortemente baseado no caso do Mary Celeste (até o navio chamava-se Marie Céleste) e até foi citado em jornais da época como um documento real. Ainda hoje em dia, muito do que é assumido como facto no incidente é baseado no texto ficcional de Conan Doyle.

Teorias mais recentes oferecem explicações mais plausíveis. Tida como mais aceite é de que uma fuga num barril de álcool (descoberta no inquérito) libertou um intenso cheiro pelo navio.

Temendo uma explosão iminente, os ocupantes abandonaram o navio e como tantos outros náufragos antes e depois deles, perderam-se no mar.

Em Maio de 1873 foram encontrados na costa Sul de Espanha dois botes salva-vidas com seis corpos em avançado estado de decomposição. Um deles tinha uma bandeira americana, que coincidentemente faltava no Mary Celeste.

No entanto, nunca foi confirmada a relação entre estes dois incidentes e, provavelmente, o destino dos tripulantes nunca será descoberto. E assim, o mistério do Mary Celeste continuará a navegar no futuro.

Francisco Cunha (AO 04-12-2011 - atualizado)

Fonte: Facebook

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