sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O VOO 441

30 de Outubro de 1954


O R7V da marinha era o equivalente do avião civil Super Constellation da Lockheed. Foi um dos aviões mais revolucionários do seu tempo e a jóia da indústria aeronáutica civil. Conseguia efectuar a travessia do Atlântico em 8 horas e 30 minutos.

Um dos desaparecimentos mais trágicos no Triângulo das Bermudas ocorreu com um Super Constellation da Marinha dos E.U.A. «versão militar R7V-1». Transportava 42 passageiros, pessoal da marinha e suas famílias com destino a uma base no exterior.

O voo 441, deixou Patuxent River NAS em 30 de Outubro de 1954, de Maryland com destino à base das Lajes nos Açores. As comunicações com o voo foram normais, a última mensagem foi muito fraca cerca das 11:30 P.M. era simplesmente um relatório de rotina da sua posição.

As coordenadas precisas eram 38º 06 NL 69º 12 WL, aproximadamente a 400 milhas fora da costa. O voo 441 é um dos mais incríveis desaparecimentos de todo o mundo. Nunca foi localizado qualquer evidência que justifica-se o seu desaparecimento. Na sua listagem de carga básica constava 111 coletes salva vidas, 46 cobertores, 660 copos de papel e 5 jangadas salva vidas, todo este material era flutuável. Se tivesse ocorrido uma explosão no ar todo esse material teria ficado disperso sobre o oceano. Caso contrário tivesse efectuado uma amaragem forçada e intacta no oceano, teria tido todo o tempo para emitir um SOS.

O desaparecimento do voo 441, levou a uma investigação das mais completas: como o plano de voo, condições atmosféricas, e se os pilotos eram suficientemente hábeis para efectuar essa missão.

As condições atmosféricas foram consideradas típicas do Atlântico Norte para a época do ano, nenhum gelo, mas algumas nuvens dispersas de temporal e pouca turbulência.
O voo foi programado para os 14.000 pés, mas o piloto informou que o nível do voo 441 seria superior por causa do tempo.

O avião estava equipado com um radar de tempo, que o avisava das condições atmosféricas à sua frente, permitindo ao piloto corrigir a sua rota e desviar-se das más condições atmosféricas, que fossem surgindo.

Uma pesquisa efectuada às condições atmosféricas, e ao piloto Tenente John G. Leonard concluiu:

O Tenente Leonard voava á mais de dois anos nas rotas do Atlântico Norte, era um piloto conhecedor das condições atmosféricas. A sua escolha de efectuar o voo a 17.000 pés de altura fora boa. As informações do tempo indicam que teria sido melhor voar a uma altitude de 19.000 pés. A viagem terá sido na maior parte do tempo efectuada a grande altitude, excepto nalguma ocasião excepcional.

Devemos indicar que o avião R7V-1 estava equipado com o ASP-42, radar usado nestas condições de tempo. A electrónica do radar VR-1 deu o nome de R7V-1 BuNo 1284441 como muito boa, desde que os pilotos efectuassem correctamente o seu uso. Os aviões comerciais civis não estavam equipados com este radar, neste aspecto os R7V-1 estavam em vantagem para voar com este tempo.

No relatório pode-se ler: «Isto é um completo mistério». Durante o voo provavelmente Leonard aumentaria a sua altitude para 19.000 pés ou mais, para evitar completamente complicações com as condições do tempo. Terá tentado mais de que uma vez contactar com a base, e esta não o conseguiu ouvir, também terá tentado informar OATC da sua nova altitude, mas estes nunca o ouviram. Deduziu-se na possibilidade de uma falha estrutural durante a passagem pela frente do tempo, mas essa possibilidade parece muito remota.

A investigação ao piloto tenente Leonard, rendeu-se às suas habilidades de voo:

O tenente Leonard era um piloto bem treinado na técnica de velocidade de penetração em nuvens de temporal. Pensa-se se ele entrou num temporal, terá feito na velocidade correcta e terá pensado primeiro não sujeitar o R7V-1para além das suas potencialidades, assim como das suas próprias potencialidades.

No relatório pode-se ler: Em primeiro lugar, provavelmente terá voado sobre o tempo. A investigação rendeu-se, somente à melhor explicação que pode ser atribuída a todos os desaparecimentos de aviões e barcos no Triângulo:

È a opinião dos investigadores, que o R7V-1 BuNo 128441, encontrou-se repentinamente uma força violenta, em que o avião e o esforço humano não conseguiram ultrapassar. A força desconhecida terá causado um descontrolo total.

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