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A agressão pode ser dirigida a nível genético. Chegaram a esta conclusão cientistas russos da Sibéria. Por meio de experiências eles verificaram que esta qualidade é transmitida hereditariamente. E, agindo sobre os genes pode-se reduzir consideravelmente o grau de agressividade.
Fizeram experiências em ratos. O gene do rato coincide com o humano em 90%. E por isso muito do que serve para estes animais, pode ser aplicado também aos homens. Durante alguns anos os especialistas do Instituto de Citologia e Genética de Novossibirsk dedicaram-se à seleção de ratazanas cinzentas de acordo com a presença ou ausência de agressividade em relação ao ser humano. Foram criados dois grupos de cobaias – em um entraram ratazanas mansas e no outro – agressivas.
Maria Konoshenko, cientista do Instituto de Citologia e Genética da Academia de Ciências da Rússia, contou à Voz da Rússia sobre o método de trabalho:
“A seleção é genética. Os animais são cruzados entre si. Sua prole caracteriza-se pela mesma conduta: as mansos dão ratazanas mansas e as agressivas – agressivas.”
Sendo que uns e outros animais vivem em condições absolutamente iguais, o que exclui o fator da ação do meio ambiente. A conclusão é que o mecanismo de conduta das ratazanas é definido pela hereditariedade, o que foi mostrado também pela análise genética, assinala Maria Konoshenko:
“Os cientistas de nosso laboratório, em conjunto com colegas alemães, estudaram o gene dos animais mansos e agressivos. Foram descobertos setores em dois cromossomos, que são diferentes.”
Verificou-se que justamente estes setores respondem pelo trabalho dos receptores do sistema da serotonina. E a serotonina é o hormônio da satisfação. Os animais que têm pouca serotonina sentem insatisfação, que gera a maldade. Mesmo na conduta de brincar dos ratinhos pode-se verificar a ação desse fenômeno genético: os descendentes de “bonzinhos” brincam mais e permanecem crianças.
Agora os cientistas elaboram preparados que podem atuar sobre os genes dos roedores. Os primeiros resultados são promissores, o nível de agressividade pode ser diminuído com a ajuda deles. Depois de injeções com esses “tranquilizantes” o animal, que estava pronto para o ataque, demonstra prodígios de tolerância, até mesmo permite que o tomemos nas mãos. E isto, segundo os experimentadores, não é absolutamente próprio dos ratos do grupo de agressores.
Possivelmente no futuro, um método análogo poderá ser usado para diminuir a agressividade dos seres humanos. Esse modo de ação diferencia-se dos antidepressivos comuns por não levar ao abatimento psíquico. E por isso é incomparavelmente mais promissor no combate ao mau-caráter.
É verdade que é uma arma de dois gumes: pode-se não apenas diminuir a agressividade, mas também aumentar, dizem os cientistas. E isto já é o caminho para a criação de diferentes gêneros de maníacos e super-soldados, que não sentem pena da vítima ou inimigo no campo de batalha. Aliás, isto acontece na ciência. Muitas descobertas e tecnologias são capazes de trazer tanto o bem, como o mal. Lembremos ao menos a descoberta da energia atómica.
Fonte: Voz da Rússia
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