quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

No dia chamado de Portugal, o que é ser português?


Retirado da cronologia do nosso camarada Varela de Matos:

« No dia chamado de Portugal, o que é ser português?
Ele é o anti herói.

Baixote, barriga proeminente, cabelo todo branco, mãos calejadas, rosto e braços queimados por dias de sol tórrido.
A roupa confirma a modéstia, a vida dura.
Disse-me depois que se tinha levantado pela madrugada, para apanhar a "caminéte" que a câmara empresta sempre no dez de Junho, para a malta de lá vir a Belém, lembrar os camaradas.
"Nunca falto. Penei muito naqueles anos, vi morrer camaradas, outros ficaram esfarrapados, aprendi ali naqueles matos africanos, o que é matar para não morrer...
É por isso que aqui estou.
Alguns que tem o nome escrito a preto naquela parede, morreram porque foram por aquele lado eu tinha ido pelo outro...
Foi sorte a minha e azar deles.
Puseram-lhes a bandeira em cima do caixão.
E quando olho para ela, lá no alto do mastro, vejo-os.
Nunca percebi a política...
Mas acreditava estar do lado dos bons...
Foi assim que aprendi a ser português, a gostar desta bandeira, a ter orgulho."
E quando a banda da GNR começou a tocar o hino, este homem que tinha o braço direito com o punho fechado sobre o coração, levava as costas das mãos ao olhos para limpar as lágrimas...
Que mundos via ele?
Quando nos despedimos disse-me:
Pois camarada, não vai sem resposta...
Quando acabarem os soldados acaba o orgulho de ser português...
Só se lembrarão quando houver "bola"...
Será? »

Fotografia propriedade do nosso camarada Varela de Matos.

Fonte: Facebook

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